segunda-feira, 31 de maio de 2010

Contrstes


Os contrastes são coisas inacreditáveis:
Não se sabe o que é luz se nunca se esteve na escuridão
Não se sabe o que é calor se nunca se passou frio
Não se sabe a importância da comida se nunca se esteve com fome
Não se sabe o valor da água se nunca se esteve com sede

Vi certa vez uma filosofia que defendia a violência. De acordo com ela, se houvesse uma grande guerra, algo que ferisse a todos muito profundamente, aí então nunca mais haveria conflitos, pois todos perceberiam o valor da paz.

Mas não é estranho contradizer o seu próprio objetivo para trazê-lo à realidade?
Não é contraditório impor a paz pela violência?
Não é desnecessário causar tal sofrimento?



As marcas que as batalhas deixam nos campos abertos e ensanguentados são como os machucados no coração das famílias que perderam alguém. Vale a pena?

Essa filosofia tinha uma visão tão bela sobre a paz, sobre um mundo perfeito. Mas ela mesma se maculava ao pregar a política de "os fins justificam os meios".
Os sonhos que sonhamos são sempre de esperança, e se não se conhece os opostos, jamais se saberá o que realmente tem valor.


Mas me pergunto: é realmente necessário causar a dor para que desencadeie o amor? A dor não causaria ódio que causaria ainda mais ódio e ainda mais violência? O ser humanos é um bicho vingativo, não aceita levar um tapa na cara e não revidar.

Só que é preciso tentar. É preciso plantar as sementes para se colher os frutos. E é preciso que enxerguemos o que é bom e o que precisa de mudanças, o que precisa ser melhorado.
E sem precisar conhecer os contrastes.