terça-feira, 15 de novembro de 2011

Sobre Gênios e Loucos


Qual a diferença entre um gênio em um louco? Uma coisa é certa: nem todo o gênio é louco, e nem todo louco é gênio. E outra coisa é ainda mais certa: os únicos que mudam o mundo são os que são tanto gênios quanto loucos.

Louco: é aquele que não se encaixa. Alguém que não pertence à sociedade por não agir como ela, por se destacar dela.

Gênio: é aquele que não se encaixa. Alguém que não pertence à sociedade por não agir como ela, por se destacar dela.

Um se destaca por insanidade mental, outro por alta capacidade cognitiva.
O que acontece é que insanidade não serve de nada sozinha, na verdade, só atrapalha. E a inteligência, bem... te ajuda a passar nas provas de final de ano e no vestibular.

Mas... imagine-se num laboratório. Em uma mão você tem o frasco da inteligência, na outra o da loucura. E aí você despeja os dois num caldeirão efervescente.
Saem do caldeirão grandes nomes do passado... e tantos outros. Muitos desconhecidos, que só não mudaram o mundo porque não tiveram oportunidade.

Gênios são gênios e loucos são loucos. Mas Gênios louco, ou loucos gênios, esses mudam o mundo.

Simplesmente porque carregam a mais poderosa de todas as misturas em seu sangue (ou em sua mente): a capacidade de sonhar, de inovar, de ser um visionário e acreditar em inovações que todos acham loucuras... e a inteligência que vai dar forma às ideias, além da coragem para desafiar o mundo e executá-las.


São os que fazem perguntas nunca feitas antes.
Os que questionam afirmações que ninguém jamais ousou questionar.
Aqueles que sabem que estão certos, e, se não têm certeza disso, procuram desafiar a si mesmos a provar que estão.
E se no fim chegarem à conclusão de que estavam errados, procuram descobrir porquê, até que chegam a uma conclusão brilhante.

Esses são os que mudam o mundo.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

O Coelho na Nuvem

Certa vez, havia um coelho sentado em uma nuvem. Uma estrela sorridente, vendo que ele parecia triste, aproximou-se e perguntou:
- O que faz aqui em cima, coelho?
- Nada - o orelhudo respondeu tristonho.
- E está triste por quê?
- Porque fugi de casa.
Um silêncio mórbido se instalou por alguns segundos até que a estrela finalmente falou de novo:
- Você subiu aqui em cima para fugir de casa?
- É.
- E está triste por causa disso?
- É
- Mas por quê?
- Porque me arrependi.
A estrela olhou o coelho de cima a baixo. Era um coelho novinho, de pelo cor de caramelo, muito bonito, mas triste com as costas encurvadas e as orelhas caídas. Estava sentado naquela nuvem como se alguém o tivesse pego pelas orelhas, girado e lançado ali em cima.
- Então por que não volta? - a estrela perguntou.
Silêncio. O coelho suspirou profundamente até que por fim explicou:
- Tenho vergonha.
- Vergonha de se arrepender?
- Vergonha de pedir desculpas.
A estrela o olhou mais uma vez, como se assim pudesse descobrir o que tinha feito aquele coelho fugir de casa.
- Bom - disse ela. - Ou você volta e pede desculpas, ou fica aqui para todo o sempre, arrependido e com esse sentimento terrível.
- Você tem razão - concordou o coelho, mas não fez nada além disso.
A estrela, vendo que o animalzinho não ia se mexer tão cedo, fez a pergunta que não queria calar:
- E como você veio parar aqui em cima?
- É que eu estava com muita raiva. Tanta raiva mas tanta raiva que dei um salto do tamanho do mundo e caí aqui. No começo fiquei feliz, achei muito legal, mas depois de um tempo comecei a me sentir sozinho e lembrei da companhia que meus irmãos me faziam. Aí fiquei com frio e lembrei de quando meu pai ia no quarto à noite e me cobria com uma coberta quentinha. E quando fiquei com fome e com sono me lembrei da deliciosa sopa de cenouras que a mamãe faz, e das lindas histórias que ela conta na hora de dormir.
Fêz-se silêncio mais uma vez. Um silêncio depressivo.
- Sinto saudades - o coelho concluiu. - Quero voltar, mas não consigo descer daqui.
Imediatamente a estrela brilhou ainda mais e alargou o sorriso.
- Eu te ajudo! Suba nas minhas costas que eu te levo de volta até lá embaixo.
O coelho aceitou a ajuda e subiu nas costas da estrela. Eles desceram rapidamente de volta à terra e o coelho pôde assim voltar para sua casa.

A estrela e o coelho ficaram amigos desde esse dia, vivendo felizes junto de suas famílias e visitando um ao outro sempre que podiam. O coelho nunca mais tentou fugir de casa.
E se eles não morreram, vivem felizes até hoje.