quarta-feira, 3 de março de 2010

Escarlate





Ela entrou na pequena cabana
Pés descalços
Vestido vermelho









Ela passou a poltrona vermelha
Atravessou o primeiro de três cômodos:
Sala, cozinha, quarto




E ali, depois da mesa
Lá estava ele
Ela se ajoelhou no chão da cozinha encardida


O tecido do vestido confundia-se com o vermelho do chão
O líquido brilhante sob o corpo inerte dele
Um grande rasgo em sua garganta






Suas lágrimas se dissolveram na poça de sangue
Seu próprio sangue parecia não existir mais
A dor insuportável da perda a corroía


E o pior de tudo:
Ela sabia
Sabia sim, mas chegara tarde demais

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