- Papai, vamos viajar?
- Claro, meu filho. Mas para onde?
- Não sei...
Os dois estavam no porão.
Os estrondos vinham do alto, os alicércies da casa sacudiam e o pó da construção caía sobre suas cabeças.
- Que barúlho é esse, papai?
- Me parece... - mas ele não disse a verdade, para que? Não queria desesperar seu pequeno filho. - Alguma espécie de chuva de meteoros.
- Meteoros?! Iguais os que vêm do espaço? Mas você acha que vão nos achar?
- Não... é claro que não. Os meteoros não conseguem procurar as pessoas. Ainda mais aqui em nosso esconderijo secreto
- Tem razão...
- Podemos viajar agora se você quiser.
- Sério? Então vamos.
- Já decidiu onde quer ir?
- Acho que ao espaço. Uma galáxia beeeeeeem distante.
- Humm. Se é assim tão distante, acho que precisaremos de uma nave.
E os dois se sentaram dentro de uma velha caixa de papelão que já guardara uma geladeira.
Lá fora os estrondos continuavam.
A destruição de alastrava como uma praga impiedosa pela cidade.
E as pessoas morriam.
De desespero.
De angústia.
De medo.
Mas naquele porão, pai e filho não viam a realidade.
O que tiver de ser será.
Na situação em que se encontravam, não adiantaria orar, não adiantaria pedir, não adiantaria chorar e esperar pelo fim.
E eles viajaram pelo espaço até que um dos projéteis atravessou o teto do porão e levou-os com uma última imagem da chuva de meteoros que atingia sua nave.
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