segunda-feira, 15 de março de 2010

Viagem ao espaço


- Papai, vamos viajar?



- Claro, meu filho. Mas para onde?

- Não sei...

Os dois estavam no porão.

Os estrondos vinham do alto, os alicércies da casa sacudiam e o pó da construção caía sobre suas cabeças.


- Que barúlho é esse, papai?

- Me parece... - mas ele não disse a verdade, para que? Não queria desesperar seu pequeno filho. - Alguma espécie de chuva de meteoros.

- Meteoros?! Iguais os que vêm do espaço? Mas você acha que vão nos achar?


- Não... é claro que não. Os meteoros não conseguem procurar as pessoas. Ainda mais aqui em nosso esconderijo secreto


- Tem razão...

- Podemos viajar agora se você quiser.

- Sério? Então vamos.

- Já decidiu onde quer ir?

- Acho que ao espaço. Uma galáxia beeeeeeem distante.

- Humm. Se é assim tão distante, acho que precisaremos de uma nave.

E os dois se sentaram dentro de uma velha caixa de papelão que já guardara uma geladeira.

Lá fora os estrondos continuavam.
A destruição de alastrava como uma praga impiedosa pela cidade.
E as pessoas morriam.

De desespero.
De angústia.
De medo.
Ou simplesmente atingidas e dilaceradas.

Mas naquele porão, pai e filho não viam a realidade.
O que tiver de ser será.
Na situação em que se encontravam, não adiantaria orar, não adiantaria pedir, não adiantaria chorar e esperar pelo fim.


E eles viajaram pelo espaço até que um dos projéteis atravessou o teto do porão e levou-os com uma última imagem da chuva de meteoros que atingia sua nave.

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