segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Essa Tal Saudade

Ai saudade essa que me ataca como um câncer
Tumor que, silencioso, corrói minha alma
Saudade que de inocente não tem nada
Não tem graça, não ter ar
Vira-o, ao contrário, quando dá o ar da graça
Fere as vontades de quem assalta
Impede sonhos, desejos
Mas de consolo serve à vítima
Saber que somente três possibilidades podem se dar:
Ou sofrerá eternamente com uma saudade crônica, câncer maligno que nunca matará
Ou terá a saudade uma cura, se esgotará quando não houver mais motivos para sentí-la
Ou doente e doença viverão em harmoniosa e turbulenta simbiose, podendo cultivar uma feroz amizade, dessas regadas pela incessante disputa
Posso dizer que hoje sofro dessa última
É uma paz equilibrista, repleta de paixão e ódio
Por vezes ela me aperta, me comprime as víceras sem piedade
Mas logo recua mansa, deixando-me esquecê-la por alguns instantes
Dá me um motivo para escrever, para me lembrar, e toma-me novamente os sentidos
Deixa-me tonta,
Triste pela dor, feliz pelas lembranças,
Triste pelas lembranças felizes
Feliz pela dor que me lembra de que
Em algum momento
Mesmo que por um curto tempo
O motivo da saudade a fará recuar
Nem que por um breve instante 

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