domingo, 8 de novembro de 2009

Somente tudo... Simplesmente nada


Era uma vez,
Ele

Era ele, só ele

Ele o amado
Ele o que tinha tudo
Ele o querido
Ele o conhecido
Ele o adorado

Ele,
o filho único de um pequeno rei em um país distante

Ele o que não tinha nada
Ele o que pensava ter tudo

Criado em meio ao ouro
Em meio a festas
Em meio ao luxo e a riquezas

Vivendo um sonho em um paraíso


E o paraíso se torna o inferno


Pois não é o inferno irmão do luxo e da ganância?

Era ele, só ele
E ele perdeu tudo
Perdeu tudo para os outros

Perdeu o pai
Para que seu tio tomasse o trono

Perdeu a mãe
Para que os gananciosos tivessem o controle sobre ele

E perdeu a si mesmo
Para que não atrapalhasse os planos dos adultos

Foi para uma escola linda e distante

Cresceu
Amou
Foi amado

Construiu uma nova vida
Um novo universo para si mesmo

Tornou-se pai
E deu a seus filhos tudo o que tivera em sua infência

Ou seja: nada

Era o seu mundo perfeito,
Um novo paraíso



E o paraíso se torna o inferno



Sua esposa sente falta de carinho
Traiu-o
Morreu de desgosto

Sua filha rebela-se
Fugiu
Foi junto a um criminoso viver bem longe

Seu filho fica sem rumo
Abandonou-o
Suicidou-se enquanto bêbado


Ele perde tudo aquilo que nem mesmo tinha por completo


E ele não tem mais a si mesmo
Foi roubado pela morte
E já não tem uma vida

Onde estava na infância de seus filhos?
Onde escondeu o amor de sua amada?

Ele se preocupou em dar a eles um paraíso
Um sonho

Deu a eles tudo
Mas não os deu nada


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